terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Guarda de Honra Jornal Nova Guarda - Edição de 12-01-2011

SECÇÃO: Guarda
Fanfarra Sacabuxa expõe oito anos de existência 

“Temos um nível muito alto e tocar na Fanfarra requer um trabalho individual árduo”

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Formada em 2002, a Fanfarra Sacabuxa é um projecto da Associação da Juventude Activa da Castanheira, freguesia do concelho da Guarda. Composta por 13 elementos, esta banda de rua de instrumentos de sopro e repercussão arranca aplausos em todas as festas por onde passa e, no ano passado, chegou mesmo a ser distinguida a nível nacional como a melhor fanfarra do País.
Foi a 4 de Agosto de 2002 que a Fanfarra Sacabuxa apareceu pela primeira vez em público, numa actuação no Festival de Cultura Popular “As Eiras”. Mas a ideia surgiu um ano antes, “por altura dos festivais de Cultura Popular fomos contratados pela associação a Fanfarra ‘Macacos de Rua’ de Évora e gostámos do género de música”, relembra Joaquim Miguel, presidente da Associação da Juventude Activa da Castanheira (AJAC) e membro da Fanfarra. Ansiosos por criar uma banda idêntica na terra, e sabendo que detinham a matéria-prima, os responsáveis meteram mãos à obra. “Juntámos os membros da Castanheira que andavam na Banda de Pínzio, na altura eram cerca de 10 ou 11, e fizemos o convite”, afirma. O apelo foi prontamente aceite pela maioria e os trabalhos logo começaram. Muitos foram os esforços feitos para reunirem o maior número de informação possível sobre bandas deste género bem como para reunirem todos os apoios necessários. “Foi um ano intensivo de formação, de deslocações para Idanha-a-Nova, para o Fundão e Guarda. Foi um ano dedicado muito intensamente à música”, confessa Joaquim Miguel. Um ano depois a Fanfarra Sacabuxa nasceu oficialmente numa primeira actuação perante a população da Castanheira e “a partir daí temos sempre estado a evoluir”, salienta o responsável da AJAC.
Sete dos treze elementos da fanfarra pertencem a outros distritos
Ano após ano, o progresso foi evidente entre o grupo mas foi há seis anos que aconteceu uma das mudanças mais significativas. Depois de um primeiro contacto com a música na Banda de Pínzio e posteriormente na Fanfarra da Castanheira, Elmano Pereira, um dos membros do grupo, quis aprender mais sobre melodias e decidiu aprofundar os seus conhecimentos musicais. “Em 2004 fui estudar para a escola Profissional da Covilhã e comecei a ter mais conhecimentos de como funciona a música e a compor para a própria fanfarra”, conta. O conhecimento que ia adquirindo durante as aulas era depois partilhado com os colegas “para termos um melhor qualidade”, explica aquele que mais tarde viria a ser o director Artístico da Fanfarra, cargo que ocupa até hoje.
No entanto, se o conhecimento musical seguia um caminho cada vez mais próspero, o mesmo não se poderia dizer da disponibilidade de elementos. “Por esta altura tivemos alguns problemas porque as pessoas dispersaram-se um pouco e não conseguíamos fazer ensaios”, refere Elmano. Foi na escola profissional que frequentava que o director Artístico encontrou solução para o problema. “Na escola acabei por conhecer alguns elementos que também se interessavam por este tipo de música e fiz-lhes uma proposta: Se gostavam de vir tocar com o grupo da Castanheira? Eles vieram, gostaram e foram ficando.”, relembra.
Fanfarra Sacabuxa venceu concurso Nacional de Música 2010
Actualmente são sete os músicos de outros pontos do País de um total de treze que compõem a Fanfarra Sacabuxa. Juntos já percorreram Portugal de norte a sul, “depois do Elmano ingressar no mundo da música, e dos colegas dele terem vindo, começámos a espalhar a música pelo País. Já actuámos nos Açores, em Mondim de Bastos, Vila Real, Mesão Frio, Seixal, Castelo Branco, Covilhã e Borba”, enumera Joaquim Miguel. Mas, de todas, é a actuação de Beja a que recordam com mais orgulho, uma vez que foi aqui que venceram, no passado dia 20 de Novembro, a final do Concurso Nacional de Musica promovido pela Fundação INATEL, na vertente de Bandas Filarmónicas, Orquestras de Sopro e Outras Congéneres. “Foi o único prémio a que nos candidatamos até hoje”, certifica o presidente da ACDJ. “Foi muito gratificante para nós e foi um grande orgulho pelo trabalho que foi desenvolvido, ao mesmo tempo que foi um reconhecimento que achamos que é merecido e que até então só tinha sido feito pelo público e nunca por uma instituição”, salienta Joaquim Miguel.
Como prémio a Fanfarra Sacabuxa ganhou uma actuação no Teatro da Trindade, no Porto, e uma formação numa área escolhida pelo grupo. “Estamos a pensar em expressão dramática. O modo como nos expressamos e interagimos com o público é prioritário”, afirma Joaquim Miguel. No entanto estas iniciativas ainda vão ter que ser agendadas. À espera de agendamento está também a actuação na Castanheira onde o grupo irá estrear mundialmente a Obra de Joly Braga Santos. A composição foi feita exclusivamente para presentear o vencedor do concurso de Beja e, por ter sido feita para uma Banda Sinfónica, a fanfarra vai ser obrigada a convidar mais de meia centena de pessoas que entendam de música para poder fazer a actuação. “Nós não temos todos os timbres que o compositor escreveu e realmente a Obra, pelo que eu conheço de Joly Braga Santos, vai necessitar de 60 elementos no mínimo”, explica Elmano Pereira. Com a falta de dinheiro que a associação atravessa a estreia irá, segundo o presidente, “ficar em stand-by”.
A realização destas actividades é o projectivo da Fanfarra Sacabuxa para efectuar “logo que haja disponibilidade financeira”. O que parece que não vai esperar tanto é o Videoclip que o grupo pretende gravar. “Gostávamos que fosse um videoclip integrando a fanfarra com algumas pessoas daqui, e com a cultura e tradição da Castanheira”, esclarece o responsável.
Gerir todas estas actividades “só com o dinheiro das actuações” é a principal dificuldade da banda de rua. “Outra dificuldade é a disponibilidade dos músicos. Eles têm vida própria, não são todos daqui, pelo que os ensaios ficam mais difíceis”, revela Joaquim Miguel. “Normalmente os ensaios são feitos no dia anterior às actuações. Temos excelentes músicos que trabalham individualmente em casa e é muito mais fácil chegar aqui e ensaiarmos juntos”, afirma Elmano Pereira.
Com um Grau de exigência cada vez mais elevado os membros da fanfarra garantem que pertencer ao grupo requer “alguns sacrifícios” e as novas inscrições são por isso mais difíceis. “A fanfarra tem um nível muito alto que requer trabalho individual árduo, no mínimo quatro horas por dia. Temos músicos que estudam mesmo música e é difícil ingressarem agora elementos que vêm de novo”, ainda assim, para o presidente da colectividade “se vierem com vontade e emprenho podem vir”.
“Com oito anos de existência deveríamos ser mais reconhecidos no concelho”
Cerca de 50% dos elementos acumulam as actividades da Fanfarra com as da Banda de Pínzio pelo que muitas vezes os músicos vêem-se obrigados a recusar convites de actuações. Apesar disso, consideram-se reconhecidos pela Castanheira, no entanto o mesmo não acontece com a população do concelho. “A nível local de população somos bastante conhecidos, a nível nacional também, já a nível do concelho não notamos isso”, confessam, “com oito anos de existência deveríamos ser mais reconhecidos no concelho”.
A pouco mais de ano e meio de completarem uma década, a Fanfarra Sacabuxa assume-se, apesar de tudo, como “um dos embaixadores do distrito”. Sendo um grupo capaz de animar qualquer festa com músicas ligeiras de vários países, prometem continuar a tocar de maneira viva e enérgica, ao mesmo tempo que apresentam elementos teatrais para uma actuação mais dinâmica. In: NOVA GUARDA 12/01/2011
Por: Selene Teixeira Ver Notícia AQUI

3 comentários:

  1. E nao param!!! DON'T STOP PEOPLE!!! BEIJINHOS FORTES AQUI DA SUICA!!!

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  2. Sempre a pensar em melhorar. Grande Sacabuxa! Um destes dias será possivel ver uma actuação da fanfarra aqui pela Guarda?

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  3. Claro que sim é sempre possível, não sabemos é quando! Parece que as autoridades contactantes estão adormecidas :(

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